ABO2O cria Comitê de ESG para fomentar o compartilhamento de aprendizados sobre o tema

As mudanças climáticas estão cada vez mais evidentes e provocam consequências sociais, ambientais e econômicas. Tais transformações demandam, tanto da sociedade, como de autoridades públicas e empresas, uma modificação de paradigma em relação a comportamentos e nos padrões de produção e consumo. Em função disso, a ABO2O acaba de criar o Comitê de ESG, que visa estimular debates e incentivar o compartilhamento de aprendizados sobre o tema. Juliana Minorello, diretora de Relações Governamentais e Políticas Públicas da Tembici, liderará a iniciativa.

 

Segundo Juliana, o Comitê de ESG tem como foco engajar nas pautas de discussão que estão sendo travadas pelo Poder Público e pelas organizações nacionais e internacionais, além de buscar oportunidades relacionadas à economia verde.

 

“Nos últimos anos, com a disseminação da internet e dos meios de comunicação, os consumidores assumiram uma posição mais ativa e ganharam influência, passando a exigir das corporações mais transparência, além de responsabilidade social e ambiental. Dessa forma, as empresas precisam deixar de lado parte de seus interesses próprios e demonstrar uma preocupação genuína com o impacto de suas ações. Afinal, tal atitude se tornou um fator reputacional essencial e que possui influência na competitividade e no valor do negócio”, disse.

 

Nesse sentido, o informe de ESG é uma ferramenta que permite às instituições mensurar e comunicar investidores, clientes e diversos grupos de interesse sobre seu desempenho na gestão desses temas. Os critérios ambientais analisam a contribuição e o rendimento de um negócio em relação aos desafios ecossistêmicos, como resíduos, contaminação, emissões de gases de efeito estufa, desmatamento, entre outros. Já os parâmetros sociais, entre eles a gestão de capital humano, diversidade e igualdade de oportunidades, condições laborais, segurança e saúde, avaliam como a instituição dedica-se às pessoas e, por fim, os critérios de governança examinam detalhadamente a gestão da empresa no que diz respeito a práticas e estratégias fiscais, corrupção e subornos e estrutura do conselho de administração.

 

De acordo com a especialista, além do aspecto reputacional, justamente pelo fato de possuírem menores riscos ESG, verifica-se que as empresas engajadas com os indicadores citados podem também, por meio da diminuição do custo de capital, aumentar o seu potencial e alcançar uma maior rentabilidade. Segundo ela, existem vários estudos que demonstram que a integração de fatores ESG pode influir favoravelmente nas rentabilidades, como os mencionados a seguir: Sustainable Investing and Bond Returns: Research study into the impact of ESG on credit portfolio performance, Big demands and high expectations, Sustainable Signals. New Data from the Individual Investor e The Greater Wealth Transfer.

 

“A intenção é que o comprometimento dos agentes de mercado consiga criar um efeito multiplicador, disseminando um modelo de produção não dissociado de seu impacto no mundo. Quando uma corporação se compromete, ela influencia a mudança na visão e no padrão de funcionamento de competidores, fornecedores e financiadores, incentivando toda a cadeia de produção a operar dentro desse ciclo positivo. Considerando os graves desafios ambientais, sociais e econômicos que enfrentamos atualmente, é necessária uma visão audaciosa no enfrentamento a essas questões e na construção de um futuro melhor para as próximas gerações”, explica.

 

Juliana Minorello é diretora de relações governamentais e políticas públicas da Tembici, foi vice-presidente da Associação Brasileira de Online to Offline, lidera o comitê de ESG e também é professora de diplomacia corporativa na Future Law. Formada em Direito pela USP – São Paulo, cursou MBA Internacional pela FIA e especializou-se em tecnologia pelas Universidades Lingnan e Technion. A executiva dispõe de mais de 12 anos de experiência em órgãos públicos e no setor privado, atuando tanto nas áreas de políticas públicas e jurídica. Atuou no Tribunal de Justiça e no Ministério Público do Estado de São Paulo, passou por multinacionais de tecnologia como Groupon, Cabify, e Easy Taxi, sendo hoje referência nas discussões sobre mobilidade, sustentabilidade e novas tecnologias.

 

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