Com a mudança, a associação reafirma o compromisso com a transformação digital e ainda destaca novidades que estão por vir
Na última semana, muita gente deve ter notado a mudança de nome da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O) para Movimento Inovação Digital (MID), seja por meio de comunicados oficiais, redes sociais ou até mídias independentes. Mas você sabe o significado dessa mudança?
Mudanças nos negócios e hábitos de consumo acontecem em um ritmo cada vez maior, muitas vezes sem oferecer o tempo necessário para as empresas se adaptarem.
Foi pensando nisso que a ABO2O passou a se chamar MID. A ideia é promover a transformação digital de toda economia por meio de encontros entre executivos e empreendedores nas sedes das maiores empresas digitais do Brasil. O grupo já conta com mais de 140 associados como Mercado Livre, 99, Americanas, Quinto Andar, Loggi, Loft, C6 bank, Leroy Merlin e Porto Seguro, Whirlpool, Z-Tech (Ambev), Carrefour, dentre outras.
Na prática, o MID continuará a defesa de um novo paradigma de negócios a partir de um ponto de partida digital, segundo explica Vitor Magnani, presidente do MID.
“Ser digital não é, necessariamente, usar novas tecnologias. É também estabelecer um outro jeito de gerir empresas, instituir processos mais ágeis e construir uma cultura de sustentabilidade e menos formal.”, explica
O diretor geral do MID, Marcos Carvalho, lembrou da trajetória da entidade e explicou a importância da mudança do nome.
“Temos promovido iniciativas em defesa do setor desde 2015. Para aqueles que trabalham envolvidos com o Ecossistema Digital, o termo O2O é algo que apresenta um significado natural. Mas quando os objetivos e propósitos são maiores, é preciso furar a “bolha” e gerar impacto de massa, compreensão fácil e autoexplicativa.”
Desafios e oportunidades
A mudança de nome ocorre em um momento de grande inflexão no ambiente de negócio brasileiro, especialmente quando o assunto é o comércio eletrônico.
O País possui grandes oportunidades no varejo digital, porém esbarra com gargalos estruturais, regulatórios e até tributários.
Segundo o MID, por exemplo, apenas 11% de todo varejo vende por meio de sites, aplicativos ou redes sociais, por outro lado há mais smartphones ativos do que habitantes no país.
É possível avançar no comércio eletrônico, inclusive de maneira mais célere. Veja os exemplos de EUA e China, que contam atualmente com 60% das empresas já inseridas no ambiente de e-commerce.
“A geração de negócios por meio das tecnologias disponíveis pode gerar um efeito multiplicador em cidades do interior ou comunidades periféricas que podem gerar renda sem, necessariamente, ter um ponto físico nos endereços mais caros”, afirma Magnani.
Universidade Digitalize
Outro desafio do MID será atuar na educação digital de empreendedores e funcionários. Nesse sentido, uma das novidades da entidade é a Universidade Digitalize.
Em linhas gerais, ela reúne diretores e executivos de diferentes plataformas digitais para oferecer, em um único espaço, cursos de capacitação digital para pequenos e médios empreendedores, tudo de maneira fácil e sem a necessidade de pré-requisitos. A iniciativa já conta com os conteúdos do Mercado Livre, Google, Hotmart, Shopee, Loggi, Rappi, entre outras empresas digitais.
Representatividade setorial
Outro ponto importante do MID é a ampliação da representatividade do setor em debates públicos sobre temas emergentes. A entidade que debater assuntos como Open Finance, Open Health, Digitalização do Poder Público, Proteção de Dados, expansão do 5G, Marco legal da Inteligência Artificial, novo decreto do SAC e a regulação trabalhista de entregadores e motoristas, dentre outras pautas de relevância.
Especificamente sobre a regulação trabalhista de entregadores e motoristas, o grupo promete apresentar ainda este ano uma proposta legislativa que contemple as reivindicações desses prestadores de serviço.
“Estamos conversando com sindicatos e associações de prestadores de serviços por aplicativo para que a proposta compreenda as demandas legítimas desse setor”, ressalta Magnani.