O Movimento Inovação Digital (MID), entidade com mais de 150 empresas inovadoras, realizou, no último dia 10, uma assembleia geral que abordou dois temas de grande importância para o ecossistema digital e para a nova economia: o futuro do trabalho e a regulação das plataformas digitais.
O encontro, na WeWork, contou com a presença de cerca de 70 participantes, que aproveitaram o conteúdo e realizaram networking. “A WeWork não proporciona benefícios apenas pelo espaço que disponibiliza, mas também pela oportunidade de estabelecermos conexões com geração de negócios”, afirmou Vitor Magnani, presidente do MID.
“O ecossistema digital é bastante cooperativo e unido em torno de sua cultura, processo, gestão e inteligência de dados. É por meio da cooperação que buscamos agilidade e eficiência”, completou.
Futuro do trabalho
A programação da assembleia começou com a palestra “Como será o futuro do trabalho?”, apresentada por Felipe Rizzo, CEO Brasil da WeWork. Segundo o executivo, a empresa sempre acreditou que era preciso repensar a forma como as pessoas se relacionam com o trabalho. “Ele deve ser mais fluido e flexível. Com a pandemia e a transformação digital, tudo mudou e as pessoas começaram a ter novos propósitos de vida. Foi preciso se adaptar”.
Em parceria com a Page Group, a WeWork realizou uma pesquisa com mais de 10 mil executivos na América Latina (5 mil só no Brasil). Alguns dos resultados mostram que antes da pandemia, 82% trabalhavam exclusivamente no modelo presencial, enquanto que hoje em dia essa parcela é de apenas 16%. Além disso, 81% consideram o modelo híbrido como ideal, 70% mudaram seu modelo de trabalho em decorrência da pandemia e 33% gostariam de mudar atualmente.
Outra constatação refere-se aos critérios observados para a escolha do trabalho. Antes da pandemia, os executivos priorizavam salário competitivo, metas desafiadoras, plano de carreira definido e qualidade de vida. Atualmente, flexibilidade e benefícios aparecem como destaques, ao lado de salário competitivo e equilíbrio pessoal-profissional.
Por fim, o estudo concluiu que o futuro do trabalho será híbrido, terá o desafio de superar a escassez de talentos, valorizará a mentalidade ágil e a cultura organizacional, além se de preocupar com o bem-estar dos colaboradores. Mas como se adaptar a essa realidade, como fomentar flexibilidade, propósito, conexão, colaboração, curiosidade, experimentação e novas ofertas? Para Felipe, “é preciso adaptar nossos modelos de negócios, saber escutar para co-criar novos produtos e ampliar o impacto via fortalecimento do ecossistema”.
Regulação de plataformas digitais
O encontro continuou com o painel setorial “Regulação de plataformas digitais: o que vem por aí”. Anahí Llop, diretora jurídica da OLX e líder do Comitê de Tax do MID abriu o painel apresentando os principais pontos da reforma tributária (PEC 45/19), seus objetivos, os pontos mais complexos e que ainda não foram esclarecidos, além de seus impactos na economia digital.
“A Reforma Tributária é de grande importância para todos os setores, incluindo o ecossistema digital. É importante sabermos os impactos que a medida trará para os nossos negócios”, ressaltou.
Ana Carvalhido, diretora de Políticas Públicas da Rappi e líder do Comitê de Delivery & Marketplace do MID, falou sobre o Grupo de Trabalho (GT) criado pelo governo federal para discutir a regulação de trabalho por aplicativo e o andamento das discussões referentes ao setor.
O GT é formado por 45 membros, igualmente divididos entre representantes do poder público, representantes dos trabalhadores por aplicativo e representantes dos empregadores e empresas. “Temos o objetivo de contribuir com o governo fornecendo uma visão mais ampla sobre o setor”, apontou.
A regulamentação de cross border e seus impactos nas empresas foi o principal tema abordado por Fernanda Viggiano, external affairs da Shein. Com as novas regras que regulamentam o setor, produtos de até US$ 50 ficam isentos de impostos de exportação. “Quem trabalha com negócios disruptivos já está acostumado a lidar com questões de regulamentação. É preciso diálogo entre governo e empresas para que a regulamentação faça sentido para todo mundo, destacou.
Completando o time de painelistas, Patrícia Peck, CEO e sócia da Peck Advogados, falou sobre aspectos legais referentes à cibersegurança, inteligência artificial e Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “É preciso construir uma estrutura que priorize a cibersegurança no Brasil”, frisou Patrícia.
“Cibersegurança será um dos temas mais complexos para tratarmos nos próximos anos, já que a quantidade de ataques só cresce”, concluiu Vitor Magnani.
Prêmio Inovativos
No final do evento, Carolina Linhares, Business Strategy Manager da Accenture, falou sobre a segunda edição do Prêmio Inovativos, criado para reconhecer empresas nativas digitais que ajudam a desenvolver soluções inovadoras para tornar o dia a dia das pessoas mais fácil e seguro. Trata-se de uma iniciativa do Grupo Innovation Xperience com apoios do MID, Accenture e Fundação Dom Cabral.
As inscrições para a segunda edição do Prêmio Inovativos podem ser feitas até o 22 de setembro pelo site https://inovativos.com.br/premio/.
Confira a palestra “Como será o futuro do trabalho?”, apresentada por Felipe Rizzo, CEO Brasil da WeWork:
