100 a 150 milissegundos. Essa é a duração de um piscar de olhos. No mundo corporativo a velocidade de um “piscar de olhos” é medida a partir da posição do negócio em relação às mudanças de cenário econômico, regulatório, dos consumidores e, logicamente, da concorrência. E tudo acontece muito rápido, mesmo. Para prosperar em um ambiente cada vez mais dinâmico, é preciso inovar, é preciso mover-se para frente.
Essa máxima vale para todos: pequenas, médias e grandes organizações. O “piscar de olhos” pode ser a exata medida que você fica para trás enquanto os outros players, mais alertas, correm a léguas de distância, cada vez mais. Neste cenário, é preciso assumir os riscos da inovação utilizando toda inventividade, sistemas, formas de gerenciamento e novas tecnologias de forma estratégica sem deixar de considerar as leis e as regulações como um fator crítico que, muitas vezes, é também um diferencial competitivo aos olhos do cliente — hoje, a bola da vez, é a privacidade e proteção de dados pessoais.
Mas como relacionar privacidade e proteção de dados com inovação? E o payback do investimento neste tema, vale a pena?
Dois relatórios publicados anualmente pela Cisco, talvez tragam uma parte da resposta para estas perguntas. Na última edição do Data Privacy Benchmark Study, publicado em janeiro, e do Consumer Privacy Survey, de outubro do ano passado, alguns dados chamaram a atenção:
- 94% das empresas reportaram que seus clientes não comprariam deles se não protegessem seus dados adequadamente.
- Um terço dos consumidores já adotaram alguma ação para proteção de seus dados, como pedir a exclusão de informações pessoais;
- 78% das empresas reportam benefícios na agilidade e inovação, por conta dos investimentos em proteção de dados.
- 80% das empresas identificaram uma melhora na fidelização e confiança construída com seus consumidores, por conta de seus programas de privacidade.
Mas talvez o dado mais interessante obtido na pesquisa da Cisco foi o retorno que as empresas identificaram em relação aos investimentos feitos em proteção de dados: 30% das empresas reportaram de 2 a 5 vezes o ROI destes investimentos, sendo que o valor anual médio gasto por estas organizações foi de 2,9 milhões de dólares.
Para finalizar, a idade dos consumidores impacta bastante em como eles percebem essas ações de proteção de seus dados. A pesquisa da Cisco identificou que quanto mais jovens, maior é a propensão destes consumidores se preocuparem com seus dados e tomarem ações efetivas para protegê-los.
Isso tudo reforça a mensagem de que inovar, protegendo a privacidade e os dados de seus clientes vai muito além de uma obrigação regulatória. É uma questão de sobrevivência do negócio no longo prazo.
O que fazer para melhorar a percepção de meus clientes em relação à proteção de dados?
- Investir nos cuidados com transparência e dados coletados durante a jornada do usuário;
- Métodos eficazes de comunicação de práticas de privacidade – uso de legal design e visual law para estruturação de avisos de privacidade;
- Estruturação de programas robustos de governança de dados pessoais.